Como saber ao certo o que quer? Ora está bem, ora tudo parece desmoronar. É isso que sente agora que enfrenta o pior dos seus receios: a solidão. Adormece momentaneamente mas acorda sobressaltado com os sonhos que agitam a noite. Não sabe o que fazer. Conta os minutos como quem conta grãos de arroz, e parecem não terminar. Queria voltar ao momento em que decidiu deixar o tempo passar, mas também a hora passou. Nada pode fazer senão deixar-se embalar pelos sons da noite, pelo medo da escuridao, pela tenebrosa solidão. É como uma brisa fresca que lhe sopra no pescoço. Pensa que não pode olhar de frente essa brisa. Puro receio. Os minutos continuam a passar. Um dia, ou uma noite, a brisa será mais forte, ou mais fria. Por quanto tempo se esconderá na ilusão que o tempo tudo apaga? Se ao menos as lágrimas não lhe toldassem a visão, poderia vislumbrar as estrelas.
Para onde ir se amanhece com amargura na alma?