terça-feira, maio 31, 2005


E o destino passa por mim
Como uma pluma caprichosa passa pelos olhos dum gato
Como o avião passa no céu do camponês
Como a cidade passa pelo convalescente que sai pela primeira vez
Nos olhos da mulher que não perdi nem ganhei...
Nos olhos que durante um segundo me compreenderam
E amaram
Na sua ternura quase insuportável
O destino passa...
No amigo que lentamente é puxado para o outro lado da razão
E um dia mergulha na sombra que trazia em si por resolver
O destino cumpre-se e passa
Na praia nocturna que as ondas visitam e deixam
Como as imagens que sem cessar me assaltam e abandonam
Na espuma que esmago contra a areia muito fria
Na mulher que me acompanha e comigo se perde na noite
Nos soluços de luz verde que um farol nos envia
O destino detém-se e passa
Na inesperada hora de felicidade vivida um pouco a medo
Como os amantes quando percorrem as ruas desertas dum jardim
Um pouco a medo
Como a breve noite de amor em que um homem se encontra e refugia
O destino demora-se e passa
Estou onde não devia estar
Mas basta
basta
basta...


Alexandre O'Neill
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segunda-feira, maio 23, 2005


Quando é que eu aprendo que não se deve fazer planos?
Se ao menos conseguisse ir vivendo o dia a dia, aproveitando os nossos momentos únicos...
Evitava dissabores.
E não estaria a pensar que fui eu quem deitou tudo a perder. Posted by Hello

quarta-feira, maio 18, 2005


Este é o tempo que passa e não apaga nunca esse toque suave dos olhos pousados no meu rosto, no meu corpo, na minha pele. Sinto as palavras que proferes, que murmuras e que me enchem de fantasia e brilham como sol. Ou como lua.
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