No domingo fui ver o filme Elizabethtown. Uma comédia romântica não é o tipo de filme que eu vá ver ao cinema. Mas este filme chamou-me a atenção. Primeiro por causa da banda sonora e depois porque toda a história aponta para algo a que não podemos ficar indiferentes.
O inesperado pode acontecer e o mais certo é acontecer no momento exacto em que menos esperamos. A forma como lidamos com o inesperado é que me fascina. Há quem se sinta completamente perdido nesses momentos e há quem os encare como fugas ou, quem sabe, sinais do destino para nos chamar a atenção para determinadas questões que achamos como certas e que afinal...
Encaixo-me no segundo tipo de pessoas. E é por isso que de vez em quando (e ultimamente cada vez mais) sou assaltada por algumas dúvidas e apetece-me fazer como o Drew e ir por essas estradas fora em busca de mim própria, dos meus desejos e receios. Mas também é verdade que o que me falta não é coragem, mas sim um mapa.
Fui educada na ilusão de que o melhor é ter tudo planeado, por isso, a ideia de ir numa aventura sem destino sempre me assustou. Obviamente. O ideal seria enganar a razão e, para isso, a melhor forma é traçar um percurso. Claro que na realidade não o seguiria à risca. Conheço-me. Adoro meter-me em atalhos e descobrir que estou completamente perdida. E adoro essa sensação que me obriga a procurar o caminho. A reencontrar-me (acho que é pela sensação de estar numa situação em que estou constantemente a enfrentar o desconhecido).
Nada mais me aborrece do que a rotina. Constantemente os mesmos gestos, caminhos e pessoas são boa razão para dar meia volta e não voltar. Deve ser por isso que estou constantemente a recriar momentos de fantasia, de ilusão. Não que precise disso, mas acaba por tornar tudo muito mais interessante. São as minhas fugas, ou melhor, é a verdadeira Catarina em fuga... Bom, mas isso fica para outro post.