sábado, janeiro 05, 2008

À noite

quando me deito às escuras e no silêncio do meu quarto, entro em contacto com o passado, como se ainda estivesse bem presente, e tenho a ilusão de que sou capaz de vislumbrar o futuro.
Nesse momento toda a minha vivência parece muito mais real do que quando estou no dia-a-dia. Porque tenho um maior controlo sobre as acções que sucedem na minha imaginação e posso mostrar as minhas emoções no seu estado mais puro, ainda em bruto.

O silêncio e a escuridão fazem de mim a sede do tempo e do espaço e à minha volta desfilam todas as ideias ainda não pensadas e todas as emoções ainda não vividas. O riso e o choro, o cansaço e o repouso, a imponderabilidade e o peso…, todas as dualidades intrínsecas confundem-se e esvaziam-se de sentido. A mente desliga-se do corpo e une-se ao Universo. O sono toma conta do meu ser…

E depois adormeço e voo para mundos longíquos e sonho que voo e sonho que grito e sonho que faço e sonho que sou. E o acordar é penoso porque volto à realidade e não quero. Deixai-me dormir.

Quando voares no teu sonho, lembra-te de ti

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