Certas palavras ameaçam tomar conta de mim. Enchem-me e preenchem-me. Devoram-me de uma forma obcecada como se o mundo não tivesse lugar para mais nada. Só formas obscuras que se deleitam com o prazer de ver sofrer e chorar. Derramar lágrimas por momentos que não existiram na realidade, que foram fruto de um estado de ansiedade e alucinação. É como se tudo isto fosse uma viagem sem destino, o caminhar pelo prazer de conhecer o caminho. Pergunto-me se haverá um desígnio superior ou se não passamos de formigas esfomeadas em cumprimento do dever.
Não me peças para esquecer o olhar e o cheiro pois estão ambos dentro de mim e consolam-me quando a noite parece não ter mais fim.
Lá fora as nuvens passam deixando marcas cravadas no tempo das coisas. Só os sábios conseguem decifrar esta linguagem universal. Só assim nos libertamos de amarras que nos impomos a nós próprios. Mas nem todos vêem, ou querem ver!
Que sorte a minha poder escrever o que penso e sinto. Se não fosse isso, sufocava, de certeza.
quarta-feira, julho 21, 2004
Indiferença
Com a morte deste amor por ti, morre também uma parte de mim, algo cujos contornos não consigo ainda delinear mas que com o tempo perceberei, quando a alma apaziguada fechar as feridas desta minha dor derrotada e passiva perante o teu silêncio e a tua mascarada indiferença.
quinta-feira, julho 08, 2004
Culpa
Compreendo a necessidade da culpa - a ideia de que alguém poderia, tivesse ele a vontade, coragem ou sentido do dever, ter-se comportado de outra maneira.
segunda-feira, julho 05, 2004
Barco
Tenho medo que o amanhã deixe de fazer sentido, que os sonhos acabem porque não houve coragem para os enfrentar. Rebenta a felicidade e fica pó... de recordações e pequenas alegrias. Mas a dor! Essa é que receio. Adio a sua vinda enganando-me porque já a sinto, bem fundo, escavando dentro de mim, enterrando-se e criando o espaço que ocupará durante todo este tempo.
É como se visse o barco a afundar num mar calmo e tranquilo e não compreendo! pois não é assim que deve acontecer. Mas depois percebo que esse barco leva a minha esperança, uma esperança que não teve vida suficiente para o ser porque lhe fui travando o crescimento.
No fundo tenho medo de acordar desta ilusão que fui criando e alimentando dentro de mim. Se ao menos as cores ainda fossem as mesmas e a música se fizesse ouvir...
O que me consola é que apesar dos nossos corpos se afastarem, tua alma estará sempre comigo, porque fazes parte de mim.
É como se visse o barco a afundar num mar calmo e tranquilo e não compreendo! pois não é assim que deve acontecer. Mas depois percebo que esse barco leva a minha esperança, uma esperança que não teve vida suficiente para o ser porque lhe fui travando o crescimento.
No fundo tenho medo de acordar desta ilusão que fui criando e alimentando dentro de mim. Se ao menos as cores ainda fossem as mesmas e a música se fizesse ouvir...
O que me consola é que apesar dos nossos corpos se afastarem, tua alma estará sempre comigo, porque fazes parte de mim.
quinta-feira, julho 01, 2004
O belo
Talvez seja melhor parar por aqui, antes que o belo se transforme num pesadelo, antes que a máscara comece a cair, lentamente e sem retrocesso.
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