Certas palavras ameaçam tomar conta de mim. Enchem-me e preenchem-me. Devoram-me de uma forma obcecada como se o mundo não tivesse lugar para mais nada. Só formas obscuras que se deleitam com o prazer de ver sofrer e chorar. Derramar lágrimas por momentos que não existiram na realidade, que foram fruto de um estado de ansiedade e alucinação. É como se tudo isto fosse uma viagem sem destino, o caminhar pelo prazer de conhecer o caminho. Pergunto-me se haverá um desígnio superior ou se não passamos de formigas esfomeadas em cumprimento do dever.
Não me peças para esquecer o olhar e o cheiro pois estão ambos dentro de mim e consolam-me quando a noite parece não ter mais fim.
Lá fora as nuvens passam deixando marcas cravadas no tempo das coisas. Só os sábios conseguem decifrar esta linguagem universal. Só assim nos libertamos de amarras que nos impomos a nós próprios. Mas nem todos vêem, ou querem ver!
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