terça-feira, setembro 28, 2004

And

We used to think that if we knew one, we knew two, because one and one are two. We are finding out that we must learn a great deal more about "and".

By Sir Arthur Eddington
(1882-1944)

sexta-feira, setembro 24, 2004

Indecisão

Porque é que dizemos as coisas se logo depois nos arrependemos? Se não falássemos tanto e agíssemos mais seria tudo mais fácil. As palavras são fronteiras para os nossos sentimentos e são elas que nos travam, porque nos obrigam a mostrar um passaporte de cada vez que queremos viajar até outro mundo. O problema é que nunca sabemos se o passaporte está em dia. E só quando o mostramos é que nos apercebemos que por vezes nem queríamos viajar. Mas como, se sempre pensámos ser essa a nossa viagem de sonho?

quinta-feira, setembro 23, 2004

Mundo

É como se o tempo tivesse parado e eu pudesse flutuar por entre mundos reais e imaginários.

segunda-feira, setembro 20, 2004

Raposa

Cada vez me convenço mais que a vida é uma raposa matreira sempre à espera de uma oportunidade para pregar uma partida. Se nos distraímos, somos capazes de não perceber a diferença entre o real e o imaginário. O ideal seria deixar entrar em nós o espírito da raposa. Talvez aí pudessemos sorrir com os truques e brincadeiras do destino.

terça-feira, setembro 14, 2004

Tempo e esperança

Se o tempo passasse por mim e com ternura me abraçasse pela última vez... e sorrisse! Poderia suportar a sua ausência, sem receios e sem lágrimas. Mas tal seria fatal para a esperança. Onde não há tempo, não há esperança.

quinta-feira, setembro 09, 2004

Tu

Me alegra tanto oír tu voz aunque dormido,
por fin me acabas como en tus sueños buscando un sitio para volver,
y sin poder olvidar lo que dejas lo que has aprendido,
van a cambiar las caras, los sueños, los días
y yo lentamente te pierdo.

Como un regalo que al ensuciarse tiró quien limpiara
como un baso después de verver el baso más dulce
como un adiós con un te quiero y con mis labios en tus dedos
para no pronunciar las palabras que dan tanto miedo
te vas e te pierdo.

Me alegra tanto oír tus promesas mientras te alejas.
Saber que piensas volver algún dia cuando los sapos bailen flamenco y yo te espero
aunque no entiendo bien que los sapos puden dejar de bailar y saltar lejos de su charco
porque mis ojos brillan con tu cara y ahora que no te veo
se apagan porque prefiero que estés a mi lado y que no tengas nada,
te vas y te pierdo...

Pedra

Quando é preciso as pedras nunca são suficientes.

Sempre que estamos perto de chegar a algo, falta irremediavelmente qualquer coisa.

Arrependimento

Quando pegares nas minhas mãos para viajarmos até outros mundos não levarei comigo o maior pecado de todos: o Arrependimento. A noite não terá mais segredos nem terrores. Será uma noite feliz, uma noite de paz. Afinal, a escuridão nunca será tão tranquila.

quarta-feira, setembro 08, 2004

Amizade

De mais ninguém, se não de ti, preciso.
Do teu sereno olhar, do teu sorriso.
Da tua mão pousada no meu ombro.
Ouvir-te murmurar: "Espera e confia!"
E sentir converter-se em harmonia,
O que era, dantes, confusão e assombro.

domingo, setembro 05, 2004

Sonho

O sonho enfim torna-se real. Quando o sol espreita pela janela e de mansinho me toca e acorda. Ali estou sempre ausente deste mundo, numa fantasia que não parece existir mas que afinal é verdadeira. Não é sonho é realidade. O toque, o pensamento, tudo se torna palpável. Sorrisos e doces abraços entre risos disfarçados pela confusão. O silêncio atormenta-me mais do que qualquer outro ruído inesperado. É o acordar súbito da alma. Quando nos apercebemos que somos um infinito número de pessoas numa só. A procura constante de uma só alma não pode resistir à passagem do tempo e à procura da sabedoria. Se ao menos pudéssemos aceitar este Yin e Yang dentro de nós sem nos sujeitarmos aos olhares curiosos da sociedade? Tudo seria mais fácil mas o segredo perder-se-ia para sempre.

A música sim é real! Toca-me sempre como se fosse a primeira vez. E porque a sintonia torna-se sinfonia e os meus sentidos deixam-se levar, como uma caneta a deslizar sobre um papel em branco. Por vezes é bom deixar o pensamento fluir. Acabamos por descobrir a outra metade, ou terço, ou quarto, que nos falta e que afinal nos completa e nos torna inteiros. A solidão é o melhor remédio para quem anda perdido. Se ao menos pudéssemos voltar atrás e mudar as escolhas que nunca fizeram sentido!

quarta-feira, setembro 01, 2004

Medo

Acho que estou a chegar ao limite. Sinto-o perto, tão perto que sou quase eu. Juntos. Inseparáveis. De tal forma que não distingo um do outro. Porquê parar neste mundo infinito de incerteza? Se ao menos houvesse uma justificação para tal acto de loucura. Desaparecer da face da terra. Sem passado. Só presente. Procurando um futuro. Acho que toda esta roda giratória começou a quebrar e já não há escapatória.
Para onde vou e de onde venho? Basta! Grito, mas a agonia é cada vez maior pois o cerco apertou-se e estou no seu centro.
Corre deste monte e procura o horizonte. Talvez um dia permaneças onde estás sem medo do amanhã. Sem medo de morrer e de dizer morri. Pois é isso que sinto. Estou a morrer aos poucos e ninguém compreende a minha agonia. Se ao menos interpretassem os sinais. Sou eu que fujo deles e tudo parece bem quando um sorriso se estampa na face.
Procurar uma outra identidade que me faça feliz e que me faça esquecer que um dia houve eu, houve um passado cheio de esperanças de nada.
A transformação começou e uma nova etapa inicia-se. É preciso coragem para quebrar os laços que me prendem a esse passado quase fatal.
Coragem, amanhã será um novo dia. E aí poderás experienciar o bater das asas em liberdade.