Damos demasiada importância aos acontecimentos. Acho que é por isso que acabamos por admitir, em momentos de reflexão profunda, que as coincidências não existem. Porque de alguma forma temos necessidade de criar ligações entre factos que aparentemente estão isolados. Mas temos que forçosamente relacioná-los. Não precisamos disso para sermos felizes, mas ajuda-nos a ter uma visão clara das peças do puzzle.
É como aquela música que queríamos tanto ouvir e que já há dois dias não conseguimos apanhar na rádio. E de repente ali está, no zapping da televisão e ao primeiro acorde lembramos tudo, do primeiro momento em que a ouvimos e começamos a recordar tudo o que pensávamos ter esquecido. E pronto! Não há coincidências. Porque recebes mensagem daquela pessoa que estava contigo naquela situação. Ou toca um sino, ou ouve-se um grito, há um clique e Bang! De repente somos como Pedro depois do galo cantar: amargurados, tristes, saudosistas...
E temos vergonha de admitir o erro, de admitir que eram mesmo dois factos isolados. Acabam as coincidências e pensamos estar mais próximos de todo aquele plano superior.
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