segunda-feira, outubro 25, 2004

Sinfonia

Diz-me o que nos aconteceu. Deixámos de brilhar mutuamente e tornámo-nos estranhos um para o outro. Teu abraço deixou de ser o meu amparo. Tuas mãos abertas deixaram de percorrer o meu corpo com o mesmo carinho e sedução. Teu destino deixou de ser o meu e o nosso local secreto desapareceu por entre as brumas. Será que lutámos o suficiente contra o silêncio que se impôs entre nós? Talvez não se tenha fortificado sozinho. Mas deixei de perceber as palavras que proferes e os sinais que antes tinhamos deixaram de fazer sentido.

Agora tudo está tranquilo à nossa volta mas permanecemos na chuva. Nada mais há aqui. Nada mais há a dizer. Chove, e é melhor partir. De alguma forma falhou este nosso plano. Há muito tempo que o final estava escrito e esta foi apenas a nossa Sinfonia.

4 comentários:

Silver disse...

Aceita um beijinho meu.
O fim de algo é certamente o princípio de qualquer outra coisa. Espero que descubras que é algo melhor.

Unknown disse...

Obrigada.
O mais dificil é o reconhecimento de que algo está diferente. A partir daí todas as portas (ou janelas) se abrem.

David Pádua disse...

Imagino o som da tua voz a escrever essas palavras. E a seguir, quando os dias passarem, quando o tempo passar e se descartar do forro impertinente do desânimo, há que proclamar uma vontade tempestuosa de vida, de envolvimento com a vida.

David Pádua disse...

Imagino o som da tua voz a escrever essas palavras. E a seguir, quando os dias passarem, quando o tempo passar e se descartar do forro impertinente do desânimo, há que proclamar uma vontade tempestuosa de vida, de envolvimento com a vida.