Já repararam que quando entramos no elevador, colocamo-nos sempre de frente para a porta? Todos de pé com as mãos pudicamente afastadas de toda a possibilidade de contacto.
Às vezes apetecia-me fazer a experiência de entrar e ficar de frente para todos a olhar. Talvez pudesse dizer:
- Não seria maravilhoso que o elevador ficasse parado durante horas e nos desse tempo de nos conhecermos?
A resposta seria provavelmente esta. No andar seguinte, toda a gente sairia do elevador aos gritos: "Está aqui uma louca que quer que o elevador fique parado!"
Não sei. Talvez. Acho que o importante de fazermos coisas fora do normal é darmo-nos conta das nossas rotinas e em como estamos habituados a ser personagens dos mesmos jogos. É uma questão de ir mudando as regras do jogo e permitir-nos ser nós próprios.
Há tantas pessoas que passam no meu caminho todos os dias e que não faço ideia quem são, o que fazem, qual a cor favorita, se praticam desporto, se vão ao cinema ou se simplesmente gostam de se sentar no jardim a ler um livro ou ficar em casa a ouvir a chuva cair.
Temos tanto medo de viver a vida e,
por isso,
não experimentamos,
não vemos.
Não sentimos.
Não arriscamos!
Não nos importamos!
Nem vivemos
A vida significa estar envolvido activamente.
A vida significa sujar as mãos.
A vida significa saltar no meio de tudo.
A vida significa cair de cara no chão.
A vida significa ir além de si mesmo...
até às estrelas!
Acredito sinceramente que a maior parte das pessoas tem medo da vida.
Não sei por quê.
Temos medo de sermos o que somos!
Temos sentimentos maravilhosos e loucos, e não agimos de acordo.
Gostamos de uma pessoa e pensamos: ‘Vou dizer-lhe que o amo.’
E depois pensamos: ‘Ah, não posso fazer isso. Ainda não.’
E lá vai ele, a vida toda, sem saber que alguém o ama!
É uma pena, pois se não vivermos plenamente, impedimos que outros vivam plenamente!
O momento é agora.
Não esperes por amanhã para dizeres que o amas.
Fá-lo agora. Surpreende-o.
‘Bom, ele já sabe disso.’
Talvez saiba.
Mas eu não me cansaria de ouvi-lo de novo.
Não posso ter medo de mostrar o que sinto.
Se tiver vontade de chorar, choro!
Se tiver vontade de rir, rio às gargalhadas.
Grito quando quiser gritar.
Surpreendo-o.
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